terça-feira, 20 de março de 2012

Mensagem de Páscoa



Paragominas-PA, 20 de março de 2012.

“Eis o dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele fiquemos felizes” (Sl 118,24)

Ser cristão é ter convicção de que Deus quer o nosso bem, torce por nós, vibra com nossas vitórias sobre o mal. A Páscoa é exatamente isto: a passagem do mal ao bem, da morte à vida, do comodismo à empolgação, do medo à coragem, da tristeza à alegria, enfim, é o começo de uma vida nova que brota do encontro com o Senhor Ressuscitado.
Celebrar a páscoa é, portanto, comprometer-se com o Projeto, com a Vontade de Deus. É dedicar-se dia a dia na luta e no esforço contra as estruturas de morte. É deixar-se conduzir pelos desígnios e pelo Espírito de Deus. Noutras palavras, é deixar-se transformar por Deus em todos os sentidos.
A vitória da vida sobre a morte, expressa na Ressurreição de Jesus, recorda-nos que devemos, dentre outras coisas:
1)       Ir ao encontro das pessoas sedentas de Deus, de paz e apresentá-las Jesus Ressuscitado;
2)       Ver a vitória sobre a dor de Jesus e de tantos irmãos e irmãs sofredores e confiar na presença do Ressuscitado;
3)       Ser sinais de paz e do amor de Deus aos que vivem desunidos e ressentidos pelo ódio;
4)       Partilhar a fé na Ressurreição no nosso dia a dia, no desenrolar de nossas ações cotidianas;
5)       Perdoar para retornar o rumo, a caminhada, a alegria de viver e sentir-se feliz, em paz com Deus, com as pessoas, conosco mesmos;
6)       Ser sinais de esperança e de vida para todos, tendo como alicerce a fé em Jesus Cristo, demonstrando através dos atos nossa gratidão a Deus Pai;
7)       Ter consciência de que não somos infalíveis, sem porém deixar de confiar em Deus, em sua misericórdia, em seu perdão e bondade e recomeçar sempre.
Enfim, celebrando a Páscoa de Jesus queremos assumir corajosamente nossa fé e nos comprometermos mais ainda com Deus, com a Comunidade e com a construção do Reino de Deus. Feliz Páscoa para todos!
Com orações e bênçãos,

 
Pe. Márcio Pinheiro de Almeida
Vigário.

domingo, 18 de março de 2012

TEMPO DA QUARESMA


            Celebrar a Quaresma é reconhecer a presença de Deus na caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento e na dor da vida do povo!
            A Quaresma é um tempo forte de conversão, de mudança interior, de graça e salvação, onde nos preparamos para viver, de maneira mais intensa, livre e amorosa, o momento mais importante do ano litúrgico e da história da salvação: a Páscoa.
            O que marca a Quaresma é, sobretudo, sua dimensão pascal: caminho para a Páscoa. A espiritualidade quaresmal é caracterizada também por uma atenta e prolongada escuta da Palavra de Deus. É esta Palavra que ilumina a vida e chama à conversão, infundindo confiança na misericórdia de Deus.
            Celebrar a Quaresma é juntar-se em mutirão, como povo de Deus, em busca da verdadeira libertação. A dimensão comunitária da Quaresma é, no Brasil, vivenciada e assumida pela Campanha da Fraternidade. Assumindo cada ano uma situação da realidade social, nos ajuda a viver concretamente a experiência da Páscoa de Jesus nas páscoas do povo.
            A Campanha da Fraternidade se torna, assim, um dos elementos quaresmais que nos ajudam na preparação pascal. Cada comunidade deve procurar a forma de fazer a ligação da Campanha da Fraternidade com a celebração de cada domingo da Quaresma.
            Oração, jejum e esmola, ao longo da história, sempre foram atitudes, gestos fundamentais nas relações das pessoas entre si, com Deus e com a natureza. À luz das obras penitenciais da Quaresma e no espírito da Campanha da Fraternidade, especificamente sob o enfoque do tema do ano, é necessário descobrir o significado sempre atualizado da oração, do jejum e da esmola.
            A Quaresma é tempo de uma mais assídua e intensa oração, pessoal e comunitária, entendida como diálogo com o Pai, por Cristo. O exercício da oração está inseparavelmente ligado à conversão, através da qual as pessoas se tornam sempre mais abertas e disponíveis às iniciativas da ação de Deus. O jejum e a abstinência de carne expressam a íntima relação existente entre os gestos externos da penitência, mudança de vida e conversão interior. A esmola, na perspectiva da Campanha da Fraternidade e da Quaresma, confere aos gestos de generosidade humana uma dimensão evangélica profunda, que se expressa na solidariedade. Coloca a pessoa e a comunidade face a face com o irmão empobrecido e marginalizado, para ajudá-lo e promovê-lo.
            Para celebrarmos melhor o tempo litúrgico da Quaresma valorizando a Campanha da Fraternidade, poderemos responder às seguintes perguntas:
a) Quais os sinais de pecado e de morte que marcam mais a nossa comunidade atualmente? Quais os sinais de vida e ressurreição que a gente gostaria que aparecessem entre nós?
b) Como ligar estes sinais com o mistério que celebramos na Quaresma?
c) Como sentimos o tema proposto pela Campanha da Fraternidade, aqui em nosso bairro, cidade ou região? Qual será o gesto concreto?
d) Haverá batismo na Páscoa? E primeiras comunhões? Como integrar a preparação destes sacramentos com a vivência quaresmal?
e)  E as celebrações do sacramento da reconciliação? E a via-sacra?
f)  De que maneira podemos encaminhar a Campanha da Fraternidade e as celebrações da Quaresma, para que ajudem a comunidade a melhor celebrar a Páscoa?
g) Haverá outros momentos fortes de oração? Ofício Divino nas Comunidades? Alguma vigília? Quando? Como? Quem prepara?