quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

QUARESMA E PÁSCOA COMO REALIDADE SIMBÓLICO-SACRAMENTAL

 Quaresma e Campanha da Fraternidade são para nós, no Brasil, quase uma coisa só: tempo de conversão do egoísmo para a fraternidade em preparação à páscoa. Antes do Concílio Vaticano II a quaresma era também tempo de conversão, mas individual. O Concílio Vaticano II afirma que a Quaresma tem uma índole dupla: tempo de lembrança ou preparação para o batismo e tempo de penitência interna e individual, externa e social (Cf. SC 100 e 110). Com a Campanha da Fraternidade o convite à conversão recebe uma conotação especial: não é mais somente o indivíduo que é convocado à conversão, mas a comunidade, a Igreja, a sociedade, o mundo. Como vemos, a Campanha da Fraternidade é tempo de conversão ou penitência individual e social.
            Na caminhada de conversão rumo à vida nova da páscoa nos orientam e animam especialmente as leituras das missas e celebrações da Palavra de Deus aos domingos, sobretudo os Evangelhos. Durante a Quaresma é importantíssimo o caminho catecumenal proposto pela Igreja a todos àqueles que querem acolher a vida nova que vem do encontro com Jesus Cristo, mediante o batismo. Tudo converge para a vida nova: as leituras, os cantos, as orações, o silêncio, o clima de recolhimento, as celebrações penitenciais. A vida nova que os recém-batizados recebem na noite pascal se exprime, na celebração do batismo, por meio da veste branca, da vela acessa, da unção com o crisma.
            Os 50 dias entre Páscoa e Pentecostes são dias de graça e devem ser vividos como um único dia, como um prolongamento da vida nova. Os gestos, as ações e as palavras, sobretudo aquilo que trazemos e fazemos nas celebrações, têm valor simbólico-sacramental, pois nos mostram e realizam em nós e no mundo o Reino, fazendo da Igreja que celebra a quaresma e a Páscoa o grande sinal de salvação erguido no mundo. Estes dias são simbólico-sacramentais.

Referencia Bibliográfica:
AAVV. Ano Litúrgico como realidade simbólico-sacramental. São Paulo: Paulus, 2002, (Cadernos Litúrgicos, n. 11)

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