Quaresma e Campanha da Fraternidade
são para nós, no Brasil, quase uma coisa só: tempo de conversão do egoísmo para
a fraternidade em preparação à páscoa. Antes do Concílio Vaticano II a quaresma
era também tempo de conversão, mas individual. O Concílio Vaticano II afirma
que a Quaresma tem uma índole dupla: tempo de lembrança ou preparação para o batismo
e tempo de penitência interna e individual, externa e social (Cf. SC 100 e
110). Com a Campanha da Fraternidade o convite à conversão recebe uma conotação
especial: não é mais somente o indivíduo que é convocado à conversão, mas a
comunidade, a Igreja, a sociedade, o mundo. Como vemos, a Campanha da
Fraternidade é tempo de conversão ou penitência individual e social.
Na caminhada de conversão rumo à
vida nova da páscoa nos orientam e animam especialmente as leituras das missas
e celebrações da Palavra de Deus aos domingos, sobretudo os Evangelhos. Durante
a Quaresma é importantíssimo o caminho catecumenal proposto pela Igreja a todos
àqueles que querem acolher a vida nova que vem do encontro com Jesus Cristo,
mediante o batismo. Tudo converge para a vida nova: as leituras, os cantos, as
orações, o silêncio, o clima de recolhimento, as celebrações penitenciais. A
vida nova que os recém-batizados recebem na noite pascal se exprime, na
celebração do batismo, por meio da veste branca, da vela acessa, da unção com o
crisma.
Os 50 dias entre Páscoa e
Pentecostes são dias de graça e devem ser vividos como um único dia, como um
prolongamento da vida nova. Os gestos, as ações e as palavras, sobretudo aquilo
que trazemos e fazemos nas celebrações, têm valor simbólico-sacramental, pois
nos mostram e realizam em nós e no mundo o Reino, fazendo da Igreja que celebra
a quaresma e a Páscoa o grande sinal de salvação erguido no mundo. Estes dias
são simbólico-sacramentais.
Referencia Bibliográfica:
AAVV. Ano
Litúrgico como realidade simbólico-sacramental. São Paulo: Paulus, 2002,
(Cadernos Litúrgicos, n. 11)
Nenhum comentário:
Postar um comentário