quinta-feira, 16 de junho de 2011

TIPOS DE LIDERANÇAS


             No dia a dia convivemos com muitas pessoas que trabalham de muitos jeitos. Cada pessoa assume uma postura diferente frente às demais. Dentro de qualquer grupo social, o coordenador é uma das peças principais, pois é catalisador de energias individuais. Neste sentido, deve-se tomar cuidado não somente com sua escolha, mas também em sua formação e aperfeiçoamento. Entre as características pessoais do coordenador convém lembrar que ele deve ter qualidades superiores à média de seu grupo, a fim de ser um exemplo e transmitir novos conhecimentos aos outros. Vejamos, a seguir, algumas posturas de coordenadores de grupos:

1)      Autoritária e dominadora: Quando o poder é exercido de forma autoritária, tornando as pessoas objeto de sua vontade e decisão. Dificilmente acontece a participação livre onde é exercida uma metodologia assim. Todos os elementos do grupo dependem exclusivamente do “ditador”, que possui autoridade máxima. Os membros são meros “executores” das ordens da autoridade. Neste tipo de grupos os membros são apáticos e perdem todo espírito de iniciativa e responsabilidade: estão submetidos a fortes pressões afetivas e a guerrilhas entre si. O planejamento é imposto de cima para baixo, não há diálogo e toda tentativa de participação é reprimida, abafada. As conseqüências para os grupos são as seguintes: cansaço, revolta, frustração, individualismo, competição, medo, não surgimento de novos líderes, dependência, desinteresse, divisão, evasão das reuniões e encontros.

2)      Paternalista: O líder pensa, determina e faz tudo pelo grupo como um pai em relação à criança. Ele é quem resolve todas as questões e providencia tudo o que é necessário para o grupo. Todos dependem de seus “conselhos”, pelo menos aparentemente, faz tudo pelo bem do grupo. Estas atitudes apesar de permitir pequenas brechas pra transformação, mantém a situação como está. São características desse jeito de fazer pastoral: manipulação nas decisões, imposição disfarçada, centralização do poder e das funções, com participação aparente apenas nas questões de menor importância. As conseqüências dessa postura: satisfação aparente, passividade, comodismo, egoísmo, resignação e participação não questionadora.

3)      Liberal ou “laissez-faire”: Laissez-faire, em francês, quer dizer “deixar fazer”. O lema deste grupo de coordenadores é: “deixar como está para ver como é que fica”. Em geral, este tipo de coordenador é uma pessoa muito insegura, que tem receio de assumir responsabilidades. É uma atitude oposta às duas anteriores. É aquela que permite tudo. Não há questionamentos, reflexão e nem critérios para a tomada de decisões. Na divisão dos trabalhos, na repartição das responsabilidades, a confusão é completa. Na caminhada são poucos os avanços e se nota uma grande superficialidade dos participantes. A sua direção gera atritos e desorganização entre os membros. Facilmente se desvia o caminho do objetivo inicialmente proposto. Procura-se caminhar onde é mais fácil. Estes grupos tendem a dissolver-se ou a cair no grupo ditatorial para poder sobreviver.

4)      Participativa libertadora: É aquela que envolve a todos, forma novos líderes e faz uma ação libertadora. Todos participam das atividades comuns e têm idéia clara dos objetivos, metas e meios para consegui-los. Há livre intercâmbio de idéias e discussão clara dos meios necessários para atuar. Respeita os participantes e crer neles. Consegue a cooperação do grupo pela sua competência, paciência, tolerância e honestidade de propósitos. Não dá ordens: dá exemplo, estimulando em vez de raiar. Sabe obter o máximo de produtividade por meio do máximo de boa vontade. Neste jeito de se caminhar destaca-se o diálogo e a busca comum da verdade que surge como fruto da participação. São ainda características desta postura a partilha, o poder assumido em conjunto, o respeito, a sinceridade na avaliação, a confiança mútua, a união em torno de objetivos comuns, a superação da competição e individualismo. Tudo isso numa constante busca da fraternidade. O grupo democrático permite uma autocrítica comum de todos os membros e aprofunda a consciência da responsabilidade de todos e de cada um dos objetivos comuns. Progressivamente vão aparecendo os líderes naturais. O coordenador deve atraí-los e formá-los para a liderança. É um dos momentos mais delicados. Muitos coordenadores de grupos não sabem adotar a atitude de João Batista: a de desaparecer para que os outros cresçam.


REFERÊNCIA
BORAN, Pe. Jorge. Curso de dinâmica para lideranças cristã.  São Paulo: Paulinas, 1989. pp. 76-80.

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