sábado, 4 de junho de 2011

A IGREJA DE CRISTO

           “A Igreja de Cristo, sacramento da unidade dos homens em Deus, é um mistério sobrenatural. Concretizado pela ação redentora do Filho de Deus e consumada pela missão do Espírito Santo desde Pentecostes. É uma presença germinal do Reino de Deus no mundo e na história, constitui o corpo místico de Cristo. É também possuidora de uma estrutura visível e hierárquica, que subsiste na Igreja católica”.
           “Enquanto povo de Deus no Cristo Jesus a Igreja consta de homens que crêem em Cristo e exprimem no Batismo a sua adesão a ele. Todos, os fiéis participam do sacerdócio, do profetismo e da realeza de Cristo Jesus”.
          “Cristo instituiu a Igreja visível ornada de ministérios. Instituiu, sobretudo o Colégio Apostólico, que se prolonga, de certo modo, no colégio dos Bispos. Cada Bispo, singularmente só preside a uma Igreja particular, mas deve ter solicitude pelos interesses de toda a Igreja. Em seu ministério devem e podem os Bispos ensinar, santificar e pastorear. Os presbíteros são os colaboradores da ordem episcopal e participam da mesma dignidade episcopal. Os diáconos, no grau inferir da hierarquia, servem ao povo de Deus na liturgia, na pregação e na ação caritativa”.
           “Todos na Igreja são chamados à santidade. Esta consiste essencialmente na perfeição da caridade e tem à sua disposição muitos meios sobrenaturais, na Igreja”.
           “A virgem Maria está no âmago do mistério de Cristo e da Igreja. A Maria se deve um culto especial, embora essencialmente distinto da adoração que se presta a Deus e a Cristo”.

A IGREJA, MISTÉRIO DE COMUNHÃO
Já no primeiro parágrafo da LG é reconhecida a fidelidade a Jesus e a História. Este é um ponto norteador de todo o concílio. O Concílio prima por evitar o reducionismo, por isso que no primeiro parágrafo da LG a Igreja é apresentada como Mistério, que por sua vez é uma idéia Bíblico Paulina. Além do mais a dimensão mistérica da Igreja esta fundamentada na teologia da Santíssima Trindade. Na Constituição aparece bem claro que a Igreja é uma obra que nasce no coração do Pai, do Filho e do Espírito Santo, cada uma das pessoas divinas dando sua parcela particular na formação e na manutenção da Igreja. E para a Bíblia, tudo o que nasce no coração de Deus, Uno e Trino, é mistério. A palavra mistério, portanto, deve ser entendida antes que mais nada como algo que vem de Deus e que por isso pode produzir algo que somente Deus é capaz de realizar, como por exemplo, a nossa salvação. 
Nosso Deus, Trindade, além de mistério, é o maior e imaginável exemplo de unidade e de comunhão. Entre as três pessoas da Santíssima Trindade não existe divisão, rivalidade, indiferença ou qualquer outra atitude dessa natureza, muito comum entre nós seres humanos. Nosso Deus é comunhão perfeita e total. Vindo dessa comunhão perfeita e a exemplo, a Igreja só poderia ter como finalidade criar comunhão entre Deus e os homens e entre as pessoas que compõem o gênero humano: “A Igreja é em Cristo, como que o sacramento ou sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. Ser o sacramento de união íntima dos homens com Deus é o primeiro objetivo da Igreja”. Por isso ela sempre trabalhará para levar os homens a Deus, sobretudo com suas liturgias, a administração dos sacramentos, a formação à oração e ao uso da Palavra de Deus lida, meditada e vivida.
Contudo, a imagem que mais ajuda a entender a Igreja como Mistério de Comunhão é a do Corpo Místico. Este figura vem de São Paulo (1Cor 12,12-30) que compara a Igreja a um corpo, onde Cristo é a cabeça que transmite a vida a todos os cristãos seus membros.
É bom falarmos que a unidade do corpo não é dada pela aproximação menor ou maior dos membros, ela é dada pela mesma vida, que percorre todos e cada um dos membros que compõem o corpo. É Ele a fonte desta vida que nada mais é se não a participação à Comunhão das três pessoas da Santíssima Trindade.
Por fim, a CNBB resume bem tudo o que dissemos, com essas palavras: “Nunca é demais, portanto, recordar é insistir que a Igreja é, em primeiro lugar, um Mistério de Comunhão que reflete, com as limitações de seus membros e os limites do tempo e do espaço, o mistério da Comunhão Trinitária. A comunhão Trinitária torna-se então, fonte da vida e da missão da Igreja, modelo de suas relações e meta última de sua peregrinação” (CNBB 62, n. 64). 

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