terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Discípulos e Missionários da Palavra

Pe. Márcio Pinheiro 

De acordo com o Documento de Aparecida “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DA n. 243). A Palavra de Deus nos permite fazer este encontro e nos desperta para o seguimento de Jesus Cristo como discípulos e missionários.
A vida é partilha, é doação, é oblação. O amor verdadeiro ama e respeita, doa e serve sem reservas. Ninguém ama por um simples capricho da natureza. Tudo se realiza por causa do amor de Deus por nós e do encontro de sua Pessoa com nossa humanidade.
O verdadeiro amor ao próximo leva-nos ao encontro dos necessitados, não somente para assisti-los em suas necessidades imediatas, mas também para restaurar neles a dignidde e a liberdade, condições insidpensáveis para a vida plena. Quem ama pensa no bem integral da pessoa.
Jesus nos ensina primeiramente a ter o coração centrado em Deus. Por isso, ensina-nos a rezar dizendo: “Santificado seja vosso NOME”. “Jesus faz de seus discípulos seus familiares, porque partilha com eles a mesma vida que procede do Pai, e lhes pede, como discípulos, uma íntima união com Ele, obediência à Palavra do Pai, para produzirem frutos de amor em abundância” (DA n. 133). É graças ao Espírito Santo que descobrimos a grandeza do amor de Deus. Não somente descobrimos, mas também, graças ao poder do Espírito Santo, ficamos inundados pelo amor que transforma toda a nossa vida e toca nosso coração, para crermos e aceitarmos Deus como nosso Pai.
“A vida é presente gratuito de Deus, dom e tarefa que devemos cuidar desde a concepção, em todas suas etapas, até a morte natural sem relativismos” (DA n. 464). Os desejos de vida não encontram sua resposta na ganância, no poder, na exploração da pessoa pela pessoa e na destruição da natureza, mas em Deus que é fonte e ápice de toda a vida em abundância (Jo 10,10).
“A vida nova de Jesus Cristo atinge o ser humano por inteiro e desenvolve em plenitude a existência humana em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural” (DA n. 356). Todos os cristãos devem estarem comprometidos a se empenharem, com determinação, e a defender a vida humana desde sua concepção até sua morte natural. De acordo com nossa consciência cristã, esse é um critério determinante para definir se pertencemos de fato a Cristo, Senhor da Vida.
“No seio da família, a pessoa descobre os motivos e o caminho para pertencer à família de Deus. Dela recebemos a vida, que é a primeira experiência do amor e da fé. O grande tesouro da educação dos filhos na fé consiste na experiência de uma vida familiar que recebe a fé, que a conserva, a celebra, a transmite e dá testemunho dela” (DA n. 118).
Cada vez que renovamos nosso compromisso de viver e crescer, com Cristo, em comunidade, renovamos também nossa união com Maria que Ele nos deu por Mãe no calvário. Independente de nossa idade, todos nós sentimos a ternura do amor de Mãe como o perfume das flores. De maneira misteriosa, esse amor nos dá uma sensação de segurança e de paz.
Maria, sempre atenta a Palavra de Deus e dócil ao Espírito Santo, sustentava a fé e a esperança no coração dos discípulos. Ela estava com eles em Pentecostes e, hoje, continua presente em nossas vidas e em nossas comunidades, também nos sustentando com sua proteção, seu carinho e seu amor maternos.
Enfim, ser discípulo e missionário é um dom de Deus e uma resposta de fé da pessoa chamada. Saibamos, a cada momento, coresponder a altura a vontade e ao desígnio de Deus a nosso respeito sem medo ou temor, mas com disponibilidade, dedicação e amor a Deus e às pessoas.

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